República do Skate - Subversão do Uso

Neste próximo sábado (03/12) estarei no Rio de Janeiro, participando do evento "República do Skate: a subversão do uso", a ser realizado no Museu da República. Na ocasião apresentarei a palestra "Os múltiplos sentidos do skate em São Paulo", resultante da minha pesquisa de mestrado em Antropologia Social defendida na USP. Segue abaixo as informações do evento (Giancarlo Machado).

O skatista é por excelência um personagem da cidade, espécie de flaneur contemporâneo que com sangue e suor se apropria das formas e curvas dos monumentos e mobiliários urbanos para expressar seu estilo de vida. Surgido na década de 1960, nos EUA, o skate é, atualmente, muito mais do que um esporte. É um dos elementos centrais da contracultura contemporânea, com expressão artística, musical e corporal. É também uma indústria, que movimenta milhões de dólares por ano.

O cotidiano do skatista é a cidade, com suas praças, calçadas e monumentos. Construções como a estátua equestre de d. João VI, monumento a Estácio de Sá, Praça XV, Palácio Tiradentes, pilotis do Palácio Capanema, calçada do Palácio da República, monumento ao Zumbi dos Palmares entre outros, são espaços que por suas formas e estéticas são apropriados pelos skatistas, que dão novos usos e significados, tornando-os locais identitários. Nesse sentido, o skatista utiliza de forma muito peculiar a res publica, que em sentido literal significa “coisa pública”.

Como conciliar os diferentes usos do espaço público? Como o skate pode ser um elemento de renovação de áreas degradadas e ao mesmo tempo contribuir na formação de uma consciência social sobre o bem público?

Levando em consideração essas questões e a relação do skatista com o espaço urbano, o seminário República do skate. Subversão do uso visa debater e refletir sobre a cultura do skate e sua relação com a cidade e os monumentos, apresentando um pouco do universo do skate através das artes plásticas, cinema, música, focando principalmente nas relações que os skatistas travam com a cidade, como se apropriam dos espaços e monumentos públicos para a prática do skate e como local identitário.

Programação

SÁBADO 03 DE DEZEMBRO “Skate e a Cidade, apropriação e novos usos do espaço urbano”

15h - Filmes
Skate Carioca Porra#3 - Avuatauba - 25min (Fabrício Sacramento, Raphael Buarque)
Sangue e Suor - 40min (Wilson Domingues, Paulo Rodrigues)Local: Sala Multimídia/ Capacidade 60 lugares/ Entrada franca - distribuição de senhas 30 min. antes do início do filme
16h - Debate

Leonardo Brandão - Bacharel e Licenciado em História pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Foi professor do curso de História da UFGD durante os anos de 2007 e 2008, instituição onde também realizou o Mestrado em História. Atualmente, com bolsa CNPq, ele se encontra em fase de Doutoramento pela PUC/SP, sob orientação da professora Doutora Denise Bernuzzi de Sant'Anna;

Giancarlo Machado - bacharel em Ciências Sociais, mestre em Antropologia Social pela USP, com a dissertação "De 'carrinho' pela cidade: a prática do street skate em São Paulo".

Mediador:  Rafael Zamorano Bezerra - Historiador do Museu Histórico Nacional, mestre em ciência política, doutorando em História Social pelo PPGHIS/UFRJ e skatista.

Local: Auditório/ Capacidade 80 lugares.

Para ver o restante da programação, clique no link abaixo:

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