Semana passada estive um pouco ausente do blog por conta de muitos afazeres pessoais. Mas para compensar, esta semana dedicarei um tempo maior, com várias postagens bem legais.
E para começar com o pé direito, falarei de uma das melhores matérias já publicadas pela mídia especializada do skate no Brasil. Há exatos 10 anos, a revista Tribo Skate lançou uma matéria intitulada "Skate Punk: ressurgimento ou continuidade?", onde o foco seria o "movimento" citado, que estava apagado desde a década de 80 e que começava a ressurgir logo no início dos anos 2000.
A edição especial sobre "Skate Punk" da Tribo Skate começou bem interessante já pela capa da revista: com um visual em preto e branco, há a foto da banda Gritando HC (detalhe: com o finado Donald) junto do skatista Daniel Arnoni. A imagem diz tudo sobre o tema: a articulação entre o skate e o punk.
Para quem não sabe, o skate sofreu fortes influências do punk na década de 80, a começar pelo visual dos skatistas, com moicanos, rebites, spikes, calças rasgadas, etc. E, é claro, naquela época os sons mais ouvidos eram punkrock, como Dead Kennedy, Black Flag, TSOL, The Faction e por aí vai...
Mas veio a década de 90 e o punk perdeu espaço na cena do skate. Foi a vez do rap e da invasão dos calças largas, o que culminou em uma nova forma de andar de skate. É o street skate com força total. Mas mesma assim muitos adeptos do skate punk resistiram com suas preferências - e calças mais justas também.
E a Tribo Skate, no ano 2001, veio resgatar os skate punks, que andavam um pouco esquecidos. A matéria escrita por Marcos "ET" e com a colaboração de Cecília Mãe, chamava a atenção para uma forma agressiva de andar de skate, de superar qualquer obstáculo, de não temer as repressões nas ruas, de não se calar diante as adversidades.
Com um texto que mistura expressões fortes (como "Skate or Die", "Go Skate or Go Home", etc) com muita música, a matéria abordou também algumas bandas do gênero, como Grinders e Gritando HC, além de vários skatistas que eram associados ao punk (como Ari Bason, Biano Bianchin, Ragueb Rogerio, Luciano PT, dentre outros).
A revista queria apimentar a polêmica: o skate punk dos anos 2000 é um ressurgimento ou uma continuidade? Acho que os dois pois, embora houvesse novos skate punks na cena, eles não deixaram de dar continuidade a um estilo de skate que nasceu décadas atrás. Esta matéria foi muito importante pois através da mesma muitos outros skatistas passaram a seguir este estilo, que novamente tornou a ganhar força anos após.
Para saber mais sobre o Skate Punk, veja a revista Tribo Skate, edição 66, de 2001.
Por: Giancarlo Machado
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